quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Financial Times diz: Brasil é um país "mais ou menos"

Lá vêm eles de novo, os jornalistas estrangeiros querendo demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desta vez é o britânico “Financial Times” que, em editorial publicado na terça (25), aconselha a presidente Dilma Rousseff a trocar o dono da cadeira. Eles juram que a substituição do ministro “poderia fazer maravilhas” para a economia brasileira.
Enquanto essa discussão acontece só lá fora, o país tem outros temas em destaque. A Petrobras é o assunto mais recente e mais desconcertante. O resultado da companhia em 2013 legitima os estragos causados pelo alto endividamento e pela defasagem no reajuste do preço dos combustíveis.
Em 2014, a estatal vai investir menos, disse a sua presidente Graça Foster a analistas, em teleconferência sobre o balanço do ano passado. Com o caixa no vermelho, a Petrobras assume, publicamente, uma realidade que a indústria nacional já convive. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou uma queda relevante na intenção de investimento do setor este ano.
Mais importante do que o debate sobre o ministro ideal para tocar a economia brasileira, o jornal “FT” criou um adjetivo para o Brasil que traduz a visão dos investidores sobre o país. “Go-go to so-so”, é o título de editorial. No português livre, a publicação está dizendo que saímos de uma posição de avanço para cair no “mais ou menos”.
O “mais ou menos” do “FT” não significa que o país está em estado crítico ou arriscado. Ele dá mais a noção de um país conformista e amarrado ao pé da mesa. Os resultados recentes da indústria, do varejo e agora da Petrobras não ajudam a desatar esse nó.
Quem sabe daqui alguns meses o “FT” não vai fazer um novo editorial para contar que o país voltou a caminhar? Talvez não seja possível falar das “maravilhas” alcançadas, com ou sem o ministro Mantega. Tudo vai depender da seriedade e transparência do governo na condução da política econômica e na entrega das metas que colocam o país numa situação menos vulnerável e mais preparado para levantar de novo. Afinal, somos “gigantes pela própria natureza”.
Fonte: G1- Thaís Herédia

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