quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Imaginem as milhas que o governo tem? R$ 1.4 bi em gastos com viagens e diárias.


Apesar da promessa de cortar despesas de custeio no orçamento 2008 para ajudar a compensar a perda de arrecadação da CPMF no fim de 2007, os gastos do governo com passagens, diárias e locomoção foram os maiores registrados desde 2003. Os gastos da União (excluindo as estatais) com esses itens chegaram a R$ 1,4 bilhão no ano passado. O Poder Executivo liderou as despesas, com uma conta de R$ 1,2 bilhão, ou seja, quase 86% do total. Os poderes Legislativo e Judiciário, que têm quantidades significativamente menores de funcionários, desembolsaram R$ 114,5 milhões e R$ 90 milhões, respectivamente. A compra de passagens e gastos com locomoção no ano passado custou ao todo R$ 788,4 milhões, enquanto o pagamento de diárias consumiu R$ 656,5 milhões.
O Ministério da Defesa foi o órgão responsável pelos maiores gastos. A pasta desembolsou R$ 207,8 milhões com os serviços. O Ministério da Educação foi o segundo que mais gastou (R$ 176,5 milhões). Já a conta do Ministério da Justiça ficou em R$ 139,1 milhões, sendo que a maioria serviu para custear operações das polícias rodoviária e federal. A Câmara dos Deputados, por sua vez, aparece em quinto na lista dos órgãos que mais pagaram com diárias e passagens em 2008, R$ 80,2 milhões
Em 2002, último ano de governo Fernando Henrique Cardoso, o montante gasto com esses itens pelos servidores públicos, militares, autoridades, políticos, entre outros, passou de R$ 1,6 bilhão, exatamente R$ 200 milhões a mais do que no ano passado (em valores atualizados pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas).
Para o especialista em finanças públicas José Matias Pereira, as despesas da União com passagens, locomoções e diárias somam um valor significativo. Segundo ele, o governo deveria adotar medidas para tornar mais transparentes as motivações dessas viagens, principalmente as internacionais. “Pergunto: quem julga a relevância de uma viagem internacional? Em geral é o próprio dirigente que vai viajar”, critica. Outra forma do governo economizar, de acordo com Pereira, seria comprando as passagens em bloco por ocasião das promoções das companhias aéreas.
Pereira também afirma que os cortes dos gastos governamentais passam, entre outras medidas, por uma boa gestão no processo das compras públicas. “Esse segmento merece uma atenção especial dos governantes, em particular para coibir os atos de corrupção na administração. Isso exige uma legislação moderna no campo das licitações e de combate à corrupção”, acredita. O especialista diz que para diminuir os custos da máquina pública, a União deve contar com servidores capacitados, bem remunerados e motivados, aliado a uma intensa utilização de novas tecnologias de informações. “Essas medidas ajudariam a promover um controle efetivo dos recursos públicos”, conclui.
Fonte: Contas abertas

Um comentário:

  1. Só de conexão Brasilia-Caracas-Brasilia deve ter umas 500.000 milhas...

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