terça-feira, 19 de maio de 2009

CPI da Petrobrás. Governo descarta o Plano "A", vem aí o Plano "B"


A bancada do PT na Câmara descartou, em reunião realizada na manhã desta terça-feira, a formação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. A intenção, proposta pelo deputado André Vargas (PT-PR), era incluir os deputados na investigação e dar mais controle ao governo do direcionamento na apuração das irregularidades na empresa. Agora, a ideia é usar os movimentos sociais para pressionar os senadores a abortarem a comissão parlamentar.

"Vamos apostar na denúncia da irresponsabilidade. Nós, junto com movimentos sociais, vamos fazer uma série de manifestações para pressionar os senadores", afirmou o deputado Vargas. Desde sexta-feira, o petista paranaense vinha coletando assinaturas para tentar levar a CPI para a Câmara também. Entretanto, a estratégia acabou abortada pela liderença do partido e do governo na Casa. "O PT trabalha coletivamente", resignou-se.

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) disse, ao sair da reunião, que seria melhor se não houvesse CPI. Brincando, afirmou que até uma "CPI na Câmara de Vereadores" causaria estrago na imagem da Petrobras no exterior. Fontana questionou uma suposta motivação eleitoral dos tucanos ao propor a CPI. E repetiu uma das frases mais usadas por membros da base e do governo: "Existem dezenas de mecanismos de investigação, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas".

Fontana disse ser contra qualquer tipo de CPI no Congresso, seja ela mista ou apenas do Senado. "Elas não causam bem algum. Veja as últimas. Uma delas foi apelidada de CPI do fim do mundo", afirmou, em referência à CPI dos Bingos. "A um ano e três meses do processo eleitoral, queremos mais equilíbrio e isenção nesse momento", concluiu Fontana.

Instalada na última sexta-feira, a CPI da Petrobras, criada a partir de um requerimento do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), pretende investigar, entre outras denúncias, as licitações para reforma de plataformas de exploração de petróleo apontados pela Operação Águas Profundas da Polícia Federal, os contratos de construção de plataformas, detectados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o desvio de dinheiro dos royalties do petróleo, e o uso de artifícios contábeis que resultaram em redução do recolhimento de impostos e contribuições no valor de R$ 4,3 bilhões.

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