sexta-feira, 1 de maio de 2009

Zoghbi pede aposentadoria para escapar de demissão.

Alvo de duas sindicâncias internas e um inquérito policial militar, o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi protocolou na diretoria-geral, no início da noite desta quinta-feira (30), um pedido de aposentadoria.

Acusado de participar de esquema de propina para beneficiar instituições financeiras que operam empréstimo consignado para funcionários do Senado, Zoghbi tem como objetivo, com o pedido de aposentadoria, escapar de uma eventual demissão que implicaria perda de direitos trabalhistas.

Mas a manobra pode ser em vão. De Varsóvia (Polônia), onde participa de um evento internacional pelo seu partido, o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), confirmou o pedido de Zoghbi, mas disse que a iniciativa em nada atrapalha os trabalhos investigativos em curso na Casa. Ao contrário, diz o senador, Zoghbi – servidor concursado fora do comando da diretoria de RH desde o dia 13 de março – pode perder o direito à aposentadoria, com todos os benefícios que esta lhe asseguraria.

Além de Heráclito, o diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, confirma o protocolo de aposentadoria. O primeiro-secretário disse ainda que, já que oficializou junto à diretoria-geral um pedido de aposentadoria, é provável o ex-diretor tenha tempo de serviço para se aposentar.

Segundo reportagem da revista Época publicada em 25 de abril, Zoghbi “acumulou poder, patrimônio (...), assim como muitos desvios éticos e irregularidades” durante os quase dez anos em que comandou um quadro de cerca de dez mil funcionários.

A reportagem diz ainda que Zoghbi participa de esquema de empresas de fachada, e teria posto a ex-babá de seus filhos – uma senhora de 83 anos – como sócia majoritária em três empresas que teriam lucrado R$ 3 milhões em um ano e meio.

Cruzeiro

Também nesta quinta-feira o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota (veja íntegra abaixo) à imprensa segundo a qual anuncia, além das sindicâncias e da abertura de inquérito policial, a suspensão do convênio para operações de crédito que, desde 2002, o Banco Cruzeiro do Sul mantinha com o Senado - cerca de 10 mil funcionários poderiam recorrer aos empréstimos.

Segundo a reportagem da Época, o banco é o principal suspeito pela maior parte do faturamento das empresas em nome da éx-babá. O banco chegou a divulgar nota negando as irregularidades.

"Nota à imprensa

Em face das denúncias publicadas pela revista Época, envolvendo o funcionário João Carlos Zoghbi, a Mesa Diretora do Senado, através do seu Presidente, adotou as seguintes providências:

1. Abertura de sindicância administrativa sobre os fatos relatados na reportagem;
2. Abertura de inquérito policial para apurar as alegadas implicações criminais dos fatos noticiados;
3. Abertura de sindicância pela Corregedoria do Senado Federal para tomar as providências cabíveis;
4. Suspender as operações de crédito em consignação com o Banco Cruzeiro do Sul até que sejam concluídas as apurações.
fonte: congresso em foco

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