quinta-feira, 5 de março de 2009

A GM vai quebrar.


A Deloitte & Touche, auditoria independente que fiscaliza as contas da General Motors, declarou nesta quinta-feira (5/3), que possui "dúvidas substanciais" sobre a capacidade de a montadora continuar em atividade. A declaração consta do relatório anual de 2008 da GM entregue à SEC, o equivalente americano à CVM. O parecer dos auditores levou a montadora a alertar o mercado sobre o risco de concordata. Pela primeira vez, a empresa admitiu que, caso o governo não libere novos recursos para apoiar sua reestruturação, poderá ser forçada a "procurar socorro junto à Lei de Falências", segundo o Wall Street Journal.

A manifestação oficial dos auditores e o alerta da GM sobre suas condições desagradaram o mercado. No pregão pré-abertura da Bolsa de Nova York, os papéis da montadora caíram 16%, para 1,84 dólar.


Na semana passada, a GM já havia informado um prejuízo líquido de 30,9 bilhões de dólares em 2008. A empresa tenta convencer o Tesouro americano de que a liberação de novos recursos é a melhor alternativa para salvar a empresa. O recurso ao Capítulo 11 da lei de falências - equivalente à recuperação judicial no Brasil - seria a opção mais custosa, segundo a direção da companhia.

Há duas semanas, a GM e a Chrysler apresentaram novos planos de reestruturação ao governo americano. No total, pediram mais 21,6 bilhões de dólares para manter suas operações. Somente a GM solicitou até 16,6 bilhões. Em dezembro, a montadora já havia recebido 13,4 bilhões - o que a livrou da concordata naquele momento.

Liquidação antecipada

Mais do que uma manifestação de preocupação sobre a complicada situação da companhia, o alerta da Deloitte pode ter impactos práticos para a GM. Entre as cláusulas que regem os recentes financiamentos obtidos pela companhia para manter suas atividades, está uma que permite aos credores exigirem o pagamento imediato das dívidas, caso o auditor independente declare oficialmente dúvidas sobre o futuro da empresa.

Além disso, as dificuldades podem desarticular a cadeia de fornecedores da GM. "Não há garantias de que o mercado automotivo global se recuperará, ou que de que não sofrerá uma significativa queda", afirmou a GM no relatório entregue à SEC.

Os fornecedores poderiam impor condições mais severas de pagamento à GM. A montadora também alertou que espera perdas significativas, acima de 1 bilhão de dólares, decorrentes da reorganização da Saab, sua marca sueca, que já pediu concordata.

A companhia também procura recursos em outros países. A GM Europa, por exemplo, apresentou um plano ao governo alemão, nesta semana, para reestruturar a Opel. O programa prevê créditos de 3,3 bilhões de euros - cerca de 4,17 bilhões de dólares.
fonte: Portal Exame

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