domingo, 26 de abril de 2009

É tão difícil a gente ver isso que vira notícia e me dá orgulho.

A mulher
Uma mulher achou na rua, em Vitória, duas carteiras e uma bolsa contendo pouco mais de 530 euros, além de R$ 600, alguns dólares, cartões de crédito e documentos pessoais, na sexta-feira (24). Ela procurou a polícia para devolver tudo.

Alzinete Ferreira contou que encontrou os objetos pouco depois de sair do trabalho, quando parou o carro em um congestionamento. “Eu percebi que ao lado da porta estavam jogadas duas carteiras e uma bolsa preta. Quando eu abri a bolsa, vi que tinha dinheiro. Então, eu tinha que entregar aquilo da melhor forma possível”, disse.

Segundo a polícia, as carteiras e a bolsa estavam perto de um ponto de ônibus. O material havia sido roubado de uma comerciante na manhã de sexta-feira.

A comerciante conheceu Alzinete na delegacia e agradeceu pela devolução do dinheiro e dos documentos. “Eu fiquei emocionada por entregar uma coisa que não é minha”, disse Alzinete.

O Jardineiro
O jardineiro Javel Gomes da Silva, 64 anos, devolveu aos donos, na terça-feira (1º), uma pasta com mais de R$ 2 mil em cheques e um talão em branco encontrada em Porto Alegre.

A administradora de empresas Beatriz Regina Cadaval Baptista, 44 anos, havia esquecido a pasta no banco do ônibus na segunda-feira (30). Além dos cheques, havia um recibo em que constava o endereço da família. O jardineiro encontrou a pasta no coletivo e foi devolvê-la no endereço indicado.

Silva diz que se lembrou das orientações do pai. “Ele ensinou os sete filhos a fazer o que era certo. Nunca pegamos nada que não fosse nosso”, diz.

O aposentado Elmio Baptista, 73 anos, pai de Beatriz, foi quem recebeu o jardineiro e ficou emocionado com a boa índole de Silva. “Estávamos muito preocupados. Foi uma bênção um homem como esse ter encontrado a pasta”, afirma Baptista.

O taxista
Um taxista devolveu R$ 1 mil esquecidos em seu carro após uma corrida, em Porto Alegre, na segunda-feira (23). Ricardo Luis de Freitas Justo, de 49 anos, encontrou a sacola com o dinheiro e objetos pessoais embaixo do banco do veículo pouco depois de deixar a passageira.

“Por volta de 9h fiz uma corrida no bairro Menino Deus para uma senhora que queria levar um cachorro de rua para castrar. Logo que a deixei em seu local de destino, vi a sacola e não pensei em mais nada além de procurá-la para devolver. Calculei o caminho que ela poderia ter feito e fui atrás”, diz Justo.

O dinheiro, que estava na sacola junto com celular, óculos e cartão de banco, pertencia à aposentada Maria Justina Moreira Corrêa, de 70 anos.

Depois de 30 minutos, o taxista avistou a passageira na Avenida Getúlio Vargas, em Porto Alegre.

“Ele me salvou. Não lembrava a placa nem o prefixo do carro. E o pior, o dinheiro era da minha sobrinha. Eu fui encontrá-la em seguida”, disse a aposentada.

Para conseguir o valor encontrado, o motorista, que está na profissão há nove anos, teria que trabalhar durante quase um mês inteiro. Ele ganha perto de R$ 50 por dia.

O gari
Um gari de 24 anos, que trabalha para a Prefeitura de Vitória, encontrou, nesta terça-feira (17), uma sacola com cheques enquanto limpava bueiros em uma rua movimentada da cidade. Ao abrira sacola, o gari descobriu que havia mais de R$ 400 mil em cheques. Ele procurou a polícia e devolveu tudo.

Eram folhas com valores que variavam entre R$ 300 e R$ 133 mil. Havia inclusive, segundo ele, um cheque em branco, assinado. Os cheques pertencem à Associação dos Procuradores do Espírito Santo e haviam sumido na semana passada. Já havia sido registrada uma ocorrência na polícia.

O gari recebe R$ 500 por mês. A presidente da Associação dos Procuradores já prometeu que dará uma recompensa ao gari.

O flanelinha

O aposentado Alberto Araújo perdeu a carteira com R$ 7 mil em uma das ruas mais movimentadas do centro de Manaus após estacionar o carro. Na carteira estava tudo o que precisava: “documento, tudinho, aí o desespero foi grande”, explica.

Só depois de caminhar por alguns minutos, Araújo deu por falta da carteira. Sem esperanças, resolveu fazer o caminho de volta. Foi quando notou que alguém estava acenando para ele.

“Calma, calma. Sua carteira está aqui”, disse Francinei dos Santos, flanelinha há 15 anos. Araújo mal podia acreditar que sua carteira estava intacta.

“Quando eu fui ajudar o rapaz estacionar, eu vi a carteira; passou um ou dois minutos e ele veio desesperado correndo”, completa Francinei.

O volume de notas era tão grande que a carteira mal fechava. Do ocorrido, Araújo tirou uma lição: “geralmente o pessoal tem preconceito com quem trabalha na rua, hoje o preconceito cai completamente”.

Francinei dos Santos, o flanelinha, explica o motivo de ter devolvido a carteira: “dinheiro dos outros para mim não interessa. O que interessa é o meu dinheiro, eu trabalhando, ganhando com o meu suor”.

Araújo diz que ficará eternamente grato a Francinei e tenta, de alguma forma, ajudar o flanelinha. "Uma empresa competente para dar um trabalho a este homem porque ele é um homem honesto", enfatiza o aposentado.
fonte: o globo.com

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