quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PT x PMDB. Começou.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT-SP), convocou entrevista coletiva para declarar que o chamado “blocão” – grupo partidário formado por PMDB, PTB, PP, PR e PSC –, anunciado dia 16, terça, para impedir que o PT tenha prioridade na disputa pela presidência da Casa, não existe. Segundo o deputado petista, ainda não houve registro do grupo junto à Mesa Diretora, o que caracteriza a inexistência formal do bloco – que, uma vez mantido, reunirá 202 deputados, número suficiente para derrubar os 88 deputados do PT em uma votação para escolher o novo presidente.
“Você sabem que não existe esse bloco. Existe intenção dos líderes de formar um bloco. O PT não vai entrar nesse bloco. Até agora, a formação desse bloco é uma manifestação de intenção que pode ser efetivada ou não”, declarou o Vacarezza, acrescentando que, segundo o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), a formação extra-oficial do grupo servirá para “apaziguar” a disputa entre os partidos da base aliada. “O que existe é um bloco PMDB-PSC. Só.”
Na verdade, o governo trabalhou desde a manhã de ontem (17) para implodir a tentativa peemedebista de formar o bloco. Foi o primeiro confronto político claro entre os dois principais aliados no futuro governo Dilma Rousseff. Para tentar impedir que o PT, por ter eleito a maior bancada, tenha primazia na disputa pela presidência da Câmara no ano que vem, o PMDB buscou unir-se a outros partidos para se fortalecer. Logo pela manhã, o governo foi a campo para tirar o PP e o PL do bloco peemedebista. O processo teve sucesso. Ficou, porém, dado, o recado do PMDB de que não irá ceder nada facilmente na disputa por poder com o PT na era Dilma.
Implodido, pelo menos momentaneamento, o "blocão", Vaccarezza procurou pôr panos quentes para diminuir a força do episódio. “O que eu posso garantir para vocês é que não haverá confronto, divergências, entre o PT e o PMDB, e nem entre outros partidos da base aliada. Nós queremos construir um consenso aqui na Casa. Agora, esse bloco é legítimo, como eu disse quando fui informado. É legítimo partidos que quiserem formar blocos manifestarem suas intenções”, completou o deputado petista, negando que tenha lançado seu nome para disputar a Presidência da Câmara.
“Não sou nem candidato do PT ainda. Eu sou um dos nomes cogitados, ainda temos tempo pela frente”, acrescentou Vacarezza. Na verdade, a eleição para as Presidências de Câmara e Senado, quando também serão definidas as composições de ambas as Mesas Diretoras, será realizada em pouco mais de dois meses, no início de fevereiro.

Nada sem Dilma
A reunião que levou ao anúncio da formação extra-oficial do blocão não incluiu o PT. Ao anunciar a iniciativa, o líder Henrique Eduardo Alves disse que não há intenção de “confrontar nem conflitar”, e que nada será feito sem que a presidenta eleita da República, Dilma Rousseff, seja informada. Para Vacarezza, o movimento não pode ser encarado como um “recado” do PMDB – maior partido da base aliada, tanto na Câmara quanto no Senado, com o exercício das duas Presidências.
Fonte: Congresso em Foco - Fábio Góis

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